HISTÓRIA DO DIANISMO

A Tradição Diânica possui duas vertentes distintas e apesar de terem sido criadas mais ou menos na mesma época e terem práticas, ritos, filosofia e tealogia muito semelhante, foram idealizadas por pessoas diferentes.

Em 1974 Zsuzsanna Budapest fundou seu próprio Coven, junto com três amigos. Ela deu o nome de Diânica à sua Tradição, por enfatizar a Deusa e a mulher em seus ritos e mitos fazendo desta uma Tradição monoteísta de culto unicamente ao Sagrado Feminino, sem reconhecer o Deus Cornífero. Posteriomente a Tradição criada por Budapest passou a ser chamada de Feminist Dianic(Diânica Feminista) devido ao fato de seus ritos e mitos focalizarem exclusivamente a Deusa e por somente haver a participação de mulheres em seus Covens e grupos. Os praticantes desta facção Diânica são politicamente um grupo feminista, havendo uma presença lésbica forte no movimento, embora a maioria dos Covens Diânicos Feministas estejam abertos à mulheres de todas as orientações.

A maioria dos praticantes da Tradição Diânica Feminista são mulheres que escolheram não trabalhar com energia masculina em seus rituais. Elas sentem que precisam de espaço espiritual e psíquico preenchido apenas pela energia feminina.

As Diânicas desta vertente freqüentemente vêm à Arte por um enfoque totalmente feminista. Todas elas concordam que as religiões vigentes até o presente momento enfatizaram demasiadamente o masculino durante os últimos mil anos e por isso resgatar o papel de preponderância da Deusa quer nas suas práticas, quer na sua filosofia religiosa é imprescindível. Geralmente as Diânicas feministas não veneram qualquer Divindade masculina.

Aproximadamente na mesma época, Morgan McFarland fundou sua própria Tradição. Inspirada pelas referências encontradas nos livros de Margaret Murray, que afirmavam que a religião européia antiga era um "culto à Diana", decidiu entitular sua Tradição de Diânica, que passou a ser chamada alternativamente de Old Dianic e mais tarde em 1999 de McFarland Dianics.

Era o desejo de afirmar uma base espiritual Feminina que guio Morgan McFarland e Mark Roberts a disponibilizar, a um número crescente de interessados, uma série de lições e exercícios sobre a Religião Antiga. O Coven deles cresceu e formou muitos covens na área de Dallas, com cursos que eram enviado até por correspondência. Há alguns Covens descendentes desta Tradição especialmente no Texas e outros Covens similares na tealogia(Tea= Deusa), mas que não descendem diretamente da linha de McFarland e que estão espalhados por todo EUA.

Esta facção Diânica dá supremacia à Deusa em sua tealogia, mas honra o Deus Cornífero como seu Consorte amado e abençoado. Os membros dos Covens dividem-se entre homens e mulheres.

A convicção na "essência" distingue a Tradição Old Dianic de outros caminhos Pagãos, com seu enfoque na Deusa Imortal e nos aspectos de suas 3 faces a Virgem, a Mãe e a Anciã. O Deus Cornífero é tido como filho e Consorte e o princípio Mortal que existe em relação à Deusa, sendo amado e reverenciado com gentileza por seus praticantes. Neste caminho Diânico os homens são bem vindos e tornam-se membros do Coven, a Sacerdotisa representa a Deusa e o Sacerdote representa o Deus, diferindo pouco das demais Tradições.

Com estas duas vertentes distintas da Tradição Diânica, surgiram Sacerdotes que treinaram outros Sacerdotes e grupos inspirados por elas com várias combinações de idéias e práticas ritualísticas e religiosas diferentes das originais, dando surgimento à incontáveis variações de Dianismo hoje em todo o mundo.

Apesar de algumas Bruxas usarem o termo Diânicas para denotar que são "as Filhas de Diana", a Deusa que algumas delas escolhem como sua Deidade pessoal e protetora, a Tradição Diânica é aberta à todos os panteãos mitológicos de acordo com o gosto pessoal de cada grupo. O termo é usado apenas por que a Deusa Diana escolheu não se unir à nenhum Deus masculino e permanecer casta e virgem, sem um companheiro.

Existem alguns Diânicos que cultuam Deuses celtas, outros que cultuam Deuses nórdicos, mesopotâmicos e egípcios. O direcionamento de culto a um panteão específico é algo muito particular e de escolha pessoal de cada grupo ou expressão da Tradição.

Tendo em vista que os conceitos e práticas variam muito na Tradição Diânica, assim como em qualquer outra, o que foi aqui exposto é uma referência genérica sobre este caminho Pagão. Há Bruxos Diânicos que são tudo isto, alguns que não são nada disto e outros que são um misto disto.


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